sexta-feira, 24 de abril de 2015

Profissões da perfumaria: Perfumista e Avaliador Olfativo

Quando se pensa em perfumista, logo se imagina um profissional trancado no laboratório, rodeado de vidros e essências. Mas nem sempre é assim e, na busca por novos e inusitados aromas, ele pode ter seu dia de Indiana Jones. Na Givaudan, indústria química de origem suíça, um time de caçadores de cheiros, formado por botânicos, químicos e perfumistas, sobrevoa florestas na Ásia, África e América Latina a bordo de um dirigível, a fim de acessar as copas das árvores.
Nessas expedições, chamadas de Scentrecks, os pesquisadores Roman Kaiser e Robin Clair identificam as espécies naturais de determinadas regiões, que possam ser reproduzidas e também que tenham perfumes diferentes.
"Fomos os pioneiros na tecnologia de extração de cheiro, chamada head space, que capta o cheiro da planta e da flor sem danificá-las, cortá-las ou tirá-las da natureza. Captamos o cheiro e depois o reproduzimos no laboratório", explica Lucia Lisboa, diretora de marketing da empresa.
Uma vez avaliadas e selecionadas, as matérias primas seguem para o perfumista, "compositor" que orquestra os ilimitados acordes olfativos. Mas e se o artista se empolgar, criando uma fragrância para adolescentes que exala uma sensualidade além da conta? É aí que entra o Avaliador. O profissional, pouco conhecido do público, trabalha em linha direta com o perfumista, fazendo uma ponte entre criação, marca e consumidor.
O processo de criação de um perfume, explica, segue várias etapas. "De 6 a 10 caminhos olfativos são apresentados aos avaliadores e ao marketing. Destes, 4 são selecionados, seguindo para um comitê interno. Este analisa a harmonia do conjunto, como fragrância, frasco e conceito. No final, ficam 2 ou 3 fragrâncias, que seguem para uma pesquisa de mercado junto ao consumidor."
A base do perfumista ocorre nas grandes casas de perfumaria. Leva-se tempo até chegar ao posto de sênior. Gostar de aprender, ser paciente e curioso são alguns pré-requisitos. Também é importante ter "vários jardins" no banco olfativo, a fim de atender às necessidades de cada marca.
"O perfumista é um artista e tem uma emoção forte. Já o avaliador é o seu pé no chão. Ele analisa se são necessários alguns ajustes nas notas olfativas para chegar ao ponto desejado pelo cliente e público alvo", explica Luciana Knobel, avaliadora da Givaudan.
"Ter uma boa dose de sorte para crescer numa empresa conceituada, background técnico e conhecimento dos hábitos do consumidor são fatores que ajudam. Se os perfumes florais com toques de frutas estão na lista dos mais vendidos, é preciso saber o porquê, para não perder uma boa oportunidade", afirma Luciana.
Para tanto, a indústria investe em pesquisas de moda, maquiagem, design, literatura, comportamento e novas mídias sociais. "De tudo isso, pode advir uma nova idéia", comenta Flavia Motta, do marketing da multinacional.
O trabalho de um perfumista, mistura técnica e criatividade. Viaja-se muito para adquirir experiência e aperfeiçoar a sensibilidade olfativa.

Foto: http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/politica/rio/desvendando-a-profissao-perfumista-77-7555

Fonte: http://acritica.uol.com.br/vida/Brasil-propria-identidade-mundo-perfumaria_0_365363528.html - Jornal A Crítica

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